sexta-feira, 24 de setembro de 2010

What about now?



É engraçado como as coisas acontecem na vida da gente. Finalmente consegui começar a ler o livro que minha irmã me deu de aniversário - Comer, Rezar, Amar, da Liz Gilbert.

Pra quem não sabe do que trata o livro (em que mundo você vive?) é sobre uma viagem de um ano que a autora fez para Itália, Índia e Bali. E em cada um destes lugares ela viveu intensamente uma experiência diferente.

Eis que estou tentando ler este livro desde abril e sempre algum fato urgente-urgentíssimo me impedia... Primeiro foi a compra e a pintura do apartamento, depois foi a preparação pra prova da ANPAD...

Ontem cheguei na parte da Índia, e, olha, nada mais a calhar do que ler isto diante de tudo o que anda acontecendo. Um trechinho em especial me tocou muito, e por isso, transcrevo abaixo:
"Relaxar, obviamente, é uma empreitada assustadora para aqueles de nós que acreditam que o mundo só gira porque tem uma alavanca em cima que nós mesmos giramos e que, se largássemos essa alavanca por um instante que fosse, bem - seria o fim do universo. (...) Fique sentada bem quietinha agora e ponha um fim à sua participação incessante. Veja o que acontece. No final das contas, os pássaros não despencam mortos do céu no meio do vôo. As árvores não murcham nem morrem, os rios não se enchem de sangue rubro. A vida continua. Até mesmo o serviço de correio italiano prossegue na sua marcha trôpega tocando sua vida sem você - o que lhe dá tanta certeza de que seu microgerenciamento de cada instante deste mundo é tão essencial? Por que você não esquece isso?"

Estou cansada, estressada, triste e esgotada. Mesmo com toda minha ânsia de controlar tudo, de antecipar o futuro eu não consegui evitar que coisas chatas e tristes acontecessem. O controle escorreu pelos meus dedos, e, desde então, tenho tido tantos choques de realidade que eu nem ouso começar a contar pra não ter que reviver tudo mais uma vez. Estou descobrindo a um só tempo que, quando viramos gente grande, coisas que antes só aconteciam com os outros começam a acontecer conosco. E não estou falando das coisas legais.

Em dias como hoje eu sinto a esperança indo embora. Falo isso porque não sei viver de aparências, sou transparente e não sei ser diferente. Mas o mundo está me pressionando a mudar, e eu estou cansada. Vale a pena o desgaste? Até quando eu vou conseguir relutar e relutar? Até quando a minha indignação vai garantir que eu mantenha minha opiniões e posições?

Por enquanto eu só tenho as perguntas. Vou tentar lembrar do que minha amiga Samantha vive me dizendo, que é também do que trata o trecho acima:


"viva o momento presente...

... e nunca esqueça de respirar".


2 comentários:

Lisia disse...

Eu adoro te ler, juro.
Sinto uma falta enorme de ti. Me identifico com as tuas fases, parece que a gente passa por momentos meio parecidos na mesma época.

Um beijo, lindinha, boa semana!
:)

Cissa disse...

E eu adoro saber que, mesmo longe, mantemos esta conexão tão forte! Tão forte que só precisou de 6 meses de convivência pra gente saber que seria pra vida inteira. Ai QUE SAUDADE TCHE!!!!
beijos mil

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