quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Kuki: Mais uma estrela no céu dos cachorros

Olha, vou te contar, ultimamente não tá fácil...

Há mais ou menos 2 anos eu tive que me despedir (aqui) de um pequeno ser. Daquela vez eu até comentei sobre o fato de que só quem tem/ama os bichinhos sabe a barra que é ter que se despedir deles, porque, afinal de contas, desde o início a gente sabe que, em geral, a vida deles é mais curta que a nossa...

Pois é, hoje eu tenho que vir aqui de novo pra dizer que, mais uma vez, estou passando por este momento dolorido de perder um bichinho amado... Dessa vez quem foi embora foi a minha Kuki, minha cocker preta tão estabanada.



Eu sei, sim, ela já era velhinha, tinha mais de 11 anos, mas não adianta, nunca estamos preparados pra uma perda, não tem jeito.

A Kuki me acompanhou desde 1999. Quando perdemos nossa Akita, a Layla, eu achei que não queria mais ter bichinho nenhum, porque o sofrimento quando ela teve que nos deixar foi tão imenso que eu achei que não valia a pena passar por isso de novo. Mas a Kuki não sabia disso. Ela só sabia olhar pra mim e pro Claudio de dentro da gaiolinha do pet shop com aquela carinha de "me leva pra casa". Ela se esfregava na gaiolinha pra gente poder alcançá-la, tão querida, pretinha e reluzente que não dava pra resistir.

A mãe demorou um pouco pra aceitar mais um chachorrinho em casa, mas diante das nossas promessas de alimentar, dar banho e limpar a sujeira ela cedeu, mesmo sabendo que as promessas não durariam muito tempo. E então a nossa pretinha veio pra casa. Carreguei ela no colo, e, desde aquela época, ela era um chumbinho!

Como era destrambelhada! Meu Deus, ela era um furacão! Nunca foi possível comer pacificamente nada ao seu alcance, afinal, ela era uma pequena draga que comia até pedra se a gente desse. Quando a nona tentava comer pipoca sentada no banco ela "escalava" e arranhava ela toda, e a nona nunca ficava braba, ela sempre dava tudo pra Kuki.

Com o passar dos anos o furacão foi acalmando, e ela foi ficando velhinha, com a barba branca. So queria saber de ficar perto das pessoas e ganhar um carinho no topo da cabeça bem sossegada. Ela gostava tanto que ficava grunhindo, como que agradecendo.

Tadinha ela era muito bobinha, e, no fim, foi por isso que ela acabou indo embora, talvez mais cedo do que deveria... Ela não sabia espantar as moscas que insistiam em ficar ao seu redor, mesmo quando ela estava limpinha... Primeiro, ela perdeu um ouvido... Agora, a vida.

O que acaba comigo é imaginar se ela sofreu muito antes de morrer. Foi tudo tão de repente. No dia 6 a mãe levou ela pro veterinário, porque eu ia pra casa, e estava tudo bem. Mas nem eu fui pra casa, nem ela ficou bem. Foi tão rápido que ela ainda estava com o lacinho que colocaram nela no banho. E é assim, de lacinho, com seu pelo preto super brilhante, que ela agora está dormindo seu sono eterno dentro de uma caixa de presente, porque foi isso que ela foi pra gente: um presente que trouxe muita alegria quando estávamos tão tristes pela perda da Layla, e depois todo o resto do tempo também.

Eu queria conseguir escrever uma homenagem mais bonita pra ela agora, mas não dá, tô muito triste agora, e não consego fazer melhor. Assim como não consegui me despedir dela e agora isso está doendo demais.

Sempre vou lembrar que ela morreu no primeiro dia da primavera, que é uma estação tão bonita, colorida, e alegre. E é assim que eu sempre quero me lembrar dela: ela era um cã (como a Lisia dizia) feliz, serelepe. Gosto de pensar que agora ela deve estar correndo em um campo florido no céu dos cachorros com sua amiga Chiquinha, ou que foi encontrar minha nona e roubar pipoca dela de novo.

Aqui ela tinha "só" 7 anos

Ela adorava um carinho na cabeça

Qual das duas fazia mais manha?
Só faltava falar... Ela não era a cã mais esperta do mundo, mas ela sabia dar muito carinho.
E curtia bater uma papo de pertinho
Ela era super pelancuda
Carinho na barriguinha, então, ela ficava grunhindo de feliz!






Adeus Kuki...

Um comentário:

Tavs disse...

Cissa, querida,
É tão difícil isso... Eu sinto muito, muito pela tua perda. De verdade.
Dia 25 fez um ano que a minha pretinha, que tinha 17 anos, se foi também. Passei a semana com o coração apertado de saudade dela, e agora, ao ler teu post, comecei a chorar de novo...
Mas como tu disseste: é mais uma estrela no céu dos cachorros, que eu imagino ser um lugar maravilhoso para compensar toda a alegria e carinho que esses bichinhos nos dão.
Fica bem aí, e quando vier para o RS, vamos combinar uma ida ao Shamrock.
Beijos,
Tavane

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