Céu dos cachorros

Bom, já faz uns dias que não dou as caras.
Muitas coisas aconteceram nestes dias, já estou em terras cariocas novamente (mas em Macaé, lá onde Judas teve as botas roubadas...).

Mas hoje eu não vou contar as novidades, falar das novas experiências do último mês...

Hoje, infelizmente, eu vim pra falar de uma acontecimento triste, que me deixou muito chateada hoje.

A Chiquinha, a cadelinha preta ali da foto, morreu hoje, prestes a completar 11 anos. Quase não pude acreditar quando minha irmã me contou... Apesar de saber que ela já estava velhinha, não esperava que ela morresse logo, porque ela tinha uma saúde muito boa.


Daí, você lendo, pode pensar, "tá, e daí?". Eu respondo: daí que é inacreditável o apego que temos pelos bichos. Inacreditável olhar pra trás e ver o quanto aqueles seres tão pequeninos e peludos estão nas histórias das nossas vidas. Inacreditável o amor que eles entregam de maneira despretensiosa aos seus donos. Aquela carinha que eles fazem pra gente, mesmo quando brigamos com eles, quase que pedindo "desculpas".

Eu nunca vou deixar de lembrar do dia em que o Claudio chegou com a Chiquinha lá em casa. Ele saiu de casa dizendo que tinha uma surpresa, e voltou com aquela bolinha de pêlos preta, na moto. Tadinha, ela estava tão assustada...
Mas não demorou muito ela já tomou conta do pedaço!
Nesta época, nossa akita Layla ainda era viva, mas já estava cega. A Chiquinha, bebê ainda, infernizava a vida da Layla, não dava um minuto de sossego. As duas se adoravam tanto, brincavam - e brigavam - o tempo todo. Depois a Layala morreu. Um tempo depois chegou a Kuki, uma cocker preta. Nossa, o que era o ciúme entre elas! Nunca soube se a Kuki rosnava quando a gente passava a mão na Chiquinha porque ela também queria carinho ou se era porque ela não queria ninguém perto da Chica pra tê-la apenas para si...

Também teve a primeira vez que a Chiquinha teve filhotes. Todos vira-latas! Um mais feinho que o outro. Mas eu e a Susana não víamos a hora de correr do colégio lá pra casa pra ficar com ela e os filhotes, pra mimá-los e brincar com eles...

Numa outra ninhada veio a Sara, ou Sari, que acabou ficando lá em casa, e passou a ser mais uma ciumenta de plantão!
É, a Chiquinha era a rainha da casa, talvez por isso todos tivessem ciúmes dela.

Nos últimos tempos, quem a via jamais diria que, quando novinha, ela destruiu toda a casa do Claudio! Por agora, ela era praticamente uma lady!
Pouco "falava", andava de forma silenciosa, queria ficar quietinha no canto dela, ou na sua caminha que ela adorava lá na casa do Claudio. Não mais incomodava, só queria saber de ganhar cafuné...

O Claudio, "pai" da Quinha

Mas sua vasta cabeleira preta já estava ficando grisalha, e a gente sabia que ela não tinha mais aquele vigor de filhote, e que uma hora ou outra, sua hora também chegaria...

Ter um cachorro também é saber que eles não vivem tanto quanto nós. O problema é que nunca estamos preparados pra perder este que é um membro da família.


Pois bem, a hora da Chiquinha chegou, e agora ela foi pro céu dos cachorros...
E deixou uma porção de gente aqui nesta terra um pouco mais triste, e com um enorme vazio no peito.

O colinho...

... e o cafuné que ela adorava. E quem resiste a essa cara de pidona?

A mana com a Chiquinha e a Sara