segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nota pela lembrança


Hoje, 07/07/2008 faz 11 anos que meu pai saiu de Erechim láááá no interior do RS pra ir pra São Paulo.
Todos os anos lembro desta data...
Uma por que é fácil: ele foi pra lá no dia 07/07/97
Outra porque foi a primeira vez que passamos longe o aniversário dele (que é dia 12).
E foi o início de outras primeiras vezes que passamos longe inúmeras datas.

Mas foi também o início das férias mais legais da minha vida, da época em que fiquei mais perto da minha irmã, quando as duas matutas (no caso mais eu que minha irmã, ela já é mais "ligada" que eu desde sempre!) saíam a explorar São Paulo (minha primeira vez em ônibus urbano e em metrô) e depois Santos. Época dos intermináveis passeios pelos Shoppings (pena que o dinheiro não era interminável!) e dos infinitos McDonald's (como a gente gostava TANTO de McDonald's??? Era só porque não tinha em Erechim! Hoje eu acho "uó"! Só se salva o sorvete...)
Foi uma fase boa, afinal. Apesar das 16 horas de Erechim-São Paulo (quando eu chupava limão quando ficava enjoada, receita caseira da minha madrinha, que funcionava!). Apesar de ficar quinze dias sem ver o pai. Quinze dias que virou um mês, depois dois, e enfim ficamos 1 ano e meio sem nos visitar no ano passado.

Eu tinha 12 anos na época e não entendia porque meu pai tinha que ir pra tão longe!
Achava injusto.
Por que o MEU PAI tinha que ir pra longe, enquanto todos meus amigos tinham o pai ali, pra assoprar o ralado do joelho, pra buscar no colégio, pra fazer churrasco no domingo?

Mas aí eu cresci.
E, olhe só, estou fazendo minha vida no Rio de Janeiro!
Estou refazendo os passos que meu pai já deixou marcados ali pra mim, sem nem eu saber que ia segui-los.
Como quando eu era criança, e brincava de seguir as pegadas do pai na areia da praia, apesar do passo dele ser tão grande pra mim que eu tinha que pular - e nem sempre conseguia.

Mas eu cresci, e fiquei com as pernas bem compridas! A ponto de achar que já consigo seguir essas pegadas.
E que bom que a vida colocou essa guinada pra mim.
Só assim eu pude entender o que se passou na cabeça do meu pai naquele dia, 11 anos atrás.
Hoje posso ver como seu coração ficou partido e como ele teve que ser forte.
E também enxergo hoje que em nenhum momento ele esqueceu a mim ou a minha irmã.

Eu sei de tudo isso porque eu não esqueço dele, nem da Matiko, nem da minha irmã, nem da mãe, nem do Claudio, nem do Zeca, nem dos meus amigos que eu amo tanto e que ficaram mais longe. Hoje eu vejo que tem lugar pra todo mundo, mas que as coisas tem que ser assim.

Como diria Jimmy Page:
"Yes there are two paths you can go by,
but in the long run,
there's still time to change the road you are on"

Who knows?

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