segunda-feira, 25 de julho de 2011

You get what you need

Estava a navegar pelo meu próprio blog, nutrindo a nostalgia que tomou conta de mim no dia de hoje. E tive a feliz surpresa de sentir um grande orgulho por cada palavra aqui registrada. Uma sensação de "fui eu quem escreveu este texto? Certeza?". Como eu escrevia bem! (modéstia? oi? não conheço)
Posso perceber com muita clareza que os melhores textos são aqueles em que há total entrega, muitas vezes em momentos de profunda tristeza, mas também nos de rasgada felicidade. 
Eles pertencem a uma época em que eu lia muito mais. Não que eu não leia hoje, mas digamos que centenas de páginas (milhares talvez) sobre finanças, organizações, marketing e contabilidade não adicionam qualidade literária aos meus textos. Pertencem àqueles dias os livros mais queridos e lindos que já li, as histórias que marcaram a minha vida. 
Me incomoda um pouco o fato de que naquela época eu tinha que estudar muito, mas eu não abandonei em nenhum momento a leitura. Era minha fuga predileta. (Me ocorre que pra conseguir fazer algo só é necessário querer. O tempo a gente inventa...). Também reconheço que naqueles dias eu passava muito mais tempo sozinha com meus pensamentos. E eles eram muito mais destilados antes de chegar aqui. Na maioria das vezes eu já tinha um post inteiro na cabeça, cada expressão talhada cuidadosamente. Agora eu simplesmente sento aqui na frente do computador e escrevo, despejando pensamentos na sua forma bruta.

Hoje estou inundada de uma mistura confusa de sensações: um pedaço de mim está feliz e contente, vivendo intensos sentimentos novos e velhos; outro pedaço está com saudades de cada amigo, de cada lugar e de cada momento. Ao longo do dia um pensamento, na verdade uma frase, passou diante dos meus olhos várias vezes:

I'm such a mess...

Acho que tudo isso começou quando escutei Valerie (e eu realmente não quero falar sobre a morte da Amy, não agora, não enquanto eu não conseguir absorver completamente a notícia), que em um trecho fala:

"Since I've come home
Well, my body's been a mess
And I miss your ginger hair
And the way you like to dress..."

All about missing somebody, e nesse caso acho que sou eu mesma. Hoje eu tive uma necessidade que pouquíssimas vezes lembro de ter: precisava ficar sozinha. Eu queria e precisava de um tempo comigo mesma, sem interferências externas, para conseguir ter uma conversa interna. Parece que eu não tenho mais intimidade com meus próprios pensamentos! Aliás, pensando bem, nem posso reclamar disso. Adotei conscientemente há algum tempo uma filosofia de não pensar demais e simplesmente let it be. Não que isso seja ruim. Só é diferente do jeito que eu costumava ser. E me dei conta disso agora, relendo meus textos antigos e vendo que agora sou outra pessoa. Mudei. Mudar é bom e é ruim (e lá vem professor Nilo com seu "tudo na vida tem vantaaagens e desvantaaagens"). Até então, na minha longa experiência de 26 anos, todos os processos de mudança foram marcantes. Era bem aquela coisa de lagarta-borboleta. Agora não. Eu decidi parar de prestar atenção e, quando dei por mim, mudei! E agora que eu tive "5 minutos" de cabeça vazia levei um susto ao me dar conta de que meus pensamentos estão em completa desordem, abandonados, coitados! (Talvez seja só consequência de três semanas longe da yoga... Na yoga a cabeça desliga do mundo e, quando liga novamente parece que tudo se encaixa perfeitamente.)

Enfim, perdi o foco, não é mesmo? (estou especialista nisso!)

Pra terminar meu devaneio, uma música que volta e meia aparece por aqui:

"Lo que tenga que ser, que sea
Y lo que no por algo será
No creo en la eternidad de las peleas
Ni en las recetas de la felicidad"

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